Em defesa do direito de imaginar
a imaginação como ferramenta política de agência no afrofuturismo
DOI:
https://doi.org/10.14244/2238-3069.2025/27Palavras-chave:
Afrofuturismo, Diáspora Africana, Representações culturais, Agência criativa negra, ImaginaçãoResumo
Qual é a relação entre a imaginação de futuros e a diáspora africana? Muitos movimentos artísticos, linguagens estéticas e projetos políticos do universo cultural da diáspora africana articulam a imaginação como uma propriedade crítica e criativa para a elaboração de perspectivas alternativas de futuro focadas na experiência social negra. Neste contexto, o afrofuturismo possui um lugar de destaque, por suas contribuições estratégicas às formas de organização e mobilização de agência negra, e pela criação de epistemologias críticas à modernidade, apoiadas em temporalidades não-lineares que tensionam múltiplas abordagens afrodiaspóricas. Neste artigo, partimos dos Estudos Culturais para discutir os significados e os pressupostos conceituais do afrofuturismo, apontando para o valor político da imaginação como uma ferramenta de agência.
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