Interfaces da Reforma do Estado
Mercantilização da Educação e o "preço do conhecimento"
DOI:
https://doi.org/10.14244./2238-3069.2025/05Palavras-chave:
Educação Superior, Ensino Médio, Neoliberalismo, Políticas Educacionais, Produção de ConhecimentoResumo
Este artigo analisa como a Reforma do Estado brasileiro reconfigurou a educação como mecanismo de acumulação capitalista. Trata como políticas educacionais priorizam habilidades técnicas em detrimento do pensamento crítico, enquanto programas convertem diplomas em dívidas, alimentando conglomerados educacionais. A contradição neoliberal revela-se na dualidade entre retórica inclusiva e apartheid educacional, onde elites acessam formação qualificada e periferias recebem ensino precarizado. A erosão do PNE, aliada a iniciativas contraditórias, expõe o projeto de silenciamento político-pedagógico. A mercantilização, que exporta cérebros para servir a interesses corporativos, demanda resgatar a educação como eixo de soberania, resistindo à lógica que reduz salas de aula a fábricas de mão de obra subalterna.
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