Reflexões sobre a questão da proteção social: uma leitura da obra de Robert Castel

Autores

  • Martinho Braga Batista e Silva

DOI:

https://doi.org/10.46269/1112.435

Resumo

Uma parcela da obra do sociólogo Robert Castel é objeto de descrição e análise neste artigo, visando demonstrar a oscilação entre dois pólos ao longo de seus estudos: de uma crítica contundente a uma defesa aguerrida do papel do Estado. Nota-se uma desnaturalização do estatuto de tutela dos ditos “alienados mentais” no início de suas pesquisas, sobre o dispositivo psiquiátrico, desdobrando-se na formulação de uma ordem pós-disciplinar e um questionamento à “capilaridade” da ação governamental. Em trabalhos mais recentes, percebe-se a defesa de algum grau de proteção a agrupamentos antes nomeados “populações desviantes”, de modo que um “Estado Social” possa se fazer presente e inibir a formação de “zonas de desfiliação social”. Esse deslizamento entre a crítica e a defesa do papel do Estado sob a forma da garantia de proteção social a certas parcelas da população é permeado por divergências com outros autores da sociologia francesa, como François Ewald.

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Publicado

2020-05-03

Edição

Seção

Artigos