Fazendo mundos possíveis

construções da soberania popular com a força da terra, com Selma Santos e Joelson Ferreira

Autores

  • Bianca Franca Universidade Federal de Minas Gerais
  • Guilherme Eugênio Moreira Universidade Federal Fluminense
  • Joyce Delfim Universidade Federal da Bahia
  • Joelson Ferreira Assentamento Terra Vista
  • Selma Santos Quilombo Engenho da Ponte

DOI:

https://doi.org/10.14244/2238-3069.2025/32

Palavras-chave:

Povos tradicionais e resistência;, colapsos ambientais, imaginação sociológica, Território, Epistemologias não hegemônicas

Resumo

Esta entrevista é uma adaptação da segunda edição da roda de prosa “Fazendo Mundos Possíveis: Construções da Soberania Popular com a Força da Terra”, que integrou a programação do congresso dos 75 anos da Universidade Federal da Bahia (UFBA), realizado em 2021. Originalmente, a roda foi transmitida pelo YouTube da TV UFBA. Nessa oportunidade, tivemos o prazer de contar com a presença de convidados especiais — lideranças atuantes na defesa de seus territórios na região do Recôncavo e do Sul da Bahia: Selma Santos, educadora popular, quilombola do Quilombo Engenho da Ponte, em Cachoeira, integrante do Conselho Quilombola da Bacia e Vale do Iguape e da Reserva Extrativista Marinha da Baía do Iguape, em Maragogipe; e Joelson Ferreira, agricultor do Assentamento Terra Vista, em Arataca, fundador da Teia dos Povos, uma articulação de comunidades, territórios, povos e organizações políticas, rurais e urbanas.

Nosso objetivo foi propiciar a construção de um momento de trocas que excedesse os regimes coloniais e modernos, desenvolvimentistas, e apontasse para inspirações que nos ajudem a responder e a nos mobilizar frente às diversas investidas antidemocráticas e mortíferas que vendem a falsa promessa do progresso e rasgam o Brasil, a América Latina e o mundo.

A roda foi organizada pelo grupo de estudos Colaborações para Além do Fim, formado por Bianca Zacarias França, Guilherme Eugênio e Joyce Delfim — antropólogas e historiadora da arte — interessado/as em estabelecer espaços de colaboração que nos ajudem a pensar nas potências dos ativismos, da arte e das humanidades para além do fim do mundo, tanto nas produções de conhecimento acadêmico quanto nos saberes para a vida. Iniciado no equinócio de outono de 2020, o grupo busca dialogar com autoras que se propõem a imaginar saídas criativas para a vida entre catástrofes, distopias e colapsos.

Como sentir, pensar e agir em tempos de catástrofes climáticas e humanitárias, desastres socioambientais envolvendo grandes empreendimentos e pandemias? O contexto contemporâneo nos urge a tecer alianças para enfrentar velhas problemáticas que se desdobram sob novas formas. Ouvir e partilhar experiências pode inspirar possibilidades criativas de abertura para mundos múltiplos.

Referências

LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos. Ensaios de antropologia simétrica. Trad. Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994.

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KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. Companhia das Letras, 2020.

STENGERS, Isabelle. No Tempo das catástrofes. Cosacnaify, 2015.

TSING, Anna Lowenhaupt. 2022. O cogumelo no fim do mundo: Sobre a possibilidade de vida nas ruínas do capitalismo. Tradução de Jorge Menna Barreto e Yudi Rafael. São Paulo: n-1 edições. 412 p

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Publicado

2025-12-19