Mulheres, Literatura e Trabalhadoras Domésticas:
Um ensaio sobre a categoria da superexploração e o conceito de capitalismo racial, particularidades para uma breve leitura do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.14244./2238-3069.2023/27Palavras-chave:
Questão social; Trabalho; Empregadas Domésticas.Resumo
Em Mulheres, Literatura e Trabalhadoras Domésticas: um ensaio sobre a categoria da superexploração e o conceito de capitalismo racial, particularidades para uma breve leitura do Brasil, pretende-se fazer uma análise da formação do mercado de trabalho brasileiro, perpassado pela questão racial.Para isso, foi necessário situar a questão da mulher negra no conceito de superexploração, a partir da divisão sexual/racial do trabalho, com o enclausuramento delas no serviço doméstico, tanto na Casa-grande quanto nas lavouras de cana-de-açúcar, nos engenhos e nas plantações de café; e a perpetuação dessa situação no processo de urbanização com a mudança da população do campo para as cidades, surgindo, assim, nos sobrados, nas mansões e nos apartamentos de famílias das classes médias e altas o famigerado “quarto da empregada”. E, por fim, questiona-se: afinal, num país de capitalismo dependente, articulado de forma desigual e combinado, a questão racial/gênero e a questão social compõem as duas faces de uma moeda?
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