As migrações recentes como possibilidades poéticas e políticas de transformação do mundo social

Autores

  • Janaina Santos Macedo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.46269/6217.233

Palavras-chave:

Antropologia, migrações, transformação social, liminaridades, poéticas

Resumo

O presente artigo propõe uma reflexão acerca das migrações recentes como possibilidades poéticas e políticas de transformação do mundo social. O fenômeno migratório deste século XXI, a partir de Santa Catarina, é analisado a partir de suas liminaridades, montagens e possibilidades de desencadear transformações. O enfoque proposto, para além das precariedades e restrições de direitos que incidem sobre populações migrantes, atenta para a sua positividade. Através desta perspectiva, os constantes deslocamentos e reelaborações de identidades e de modos de estar no mundo, mais fluídos e menos estáveis presentes no cotidiano destes novos fluxos migratórios podem ser compreendidos como desencadeadores de novos paradigmas de relações contra-hegemônicas.

Biografia do Autor

Janaina Santos Macedo, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - Universidade Federal de Santa Catarina

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS/UFSC), pesquisadora da temáticas das MIgrações. 

Membro do GAIRF (Grupo de Apoio a Imigrantes e Refugiados de Florianópolis e região), do GT I (Grupo de Trabalho sobre Imigração da Comissão de Direitos Humanos da ALESC) e do Observatório das Migrações da UDESC. Vinculada ao GESTO (Grupo de Estudos em Oralidade e Performance). Atuo como monitora no Curso de Português para Refugiados PLAM, na UFSC e como voluntária junto a grupos de haitianos.

Referências

Referências:

AGIER, Michel. 2001. Distúrbios identitários em tempos de globalização. Mana. Estudos de Antropologia Social, vol. 7 (2): 7-33.

AGIER, Michel. 2011. Antropologia da Cidade: lugares, situações, movimentos. São Paulo: Ed. Terceiro Nome, 2011.

AGIER, Michel. 2016. Les Migrantes et Nous: Compreendre Babel. Paris: CNRS Éditions.

BAUMAN, Zygmunt. 1999. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Zahar.

BUTLER, Judith. 2009. Dar cuenta de sí mismo. Violência ética y responsabilidade. Buenos Aires, Amorrortu.

____. 2015. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Belo Horizonte: Autêntica Editora.

____. 2009. Vida precária: el poder del duelo y la violência. Buenos Aires: Paidós, 2009.

____. 2017. Caminhos divergentes: judaicidade e crítica do sionismo. São Paulo: Boitempo.

CRAPANZANO, Vincent. 1991. Diálogo. Anuário Antropológico, Brasília, n.88, p. 59, 80, 1991.

____. 2005. Horizontes imaginativos e o aquém e além. Revista de Antropologia, 48(1), 363-384.

DAWSEY, John. 2006. O Teatro em Aparecida: a santa e o lobisomem. MANA 1291: 135-149.

____. 2005a. O teatro dos ‘bóias-frias’: repensando a antropologia da performance. Horizontes Antropológicos 11 (24): 15-34.

____. 2005b. Victor Turner e a Antropologia da Experiência. In: Cadernos de Campo, n. 13.

DELEUZE, G. e GUATTARI, F. 2004. O Anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia 1. Ed. Assírio e Alvim.

DOUGLAS, Mary. 1991. Pureza e perigo: ensaios sobre as noções de poluição e tabu. Lisboa, Edições 70.

FELDMAN-BIANCO, Bela. 2009. Reinventando a localidade: Globalização heterogênea, escala da cidade e a incorporação desigual de migrantes transnacionais. In: Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 15, n. 31, p. 19-50, jan/jun 2009.

GREEN, Nancy. 2011. Mudando paradigmas em estudos de migração, de homens para mulheres para gênero. In: Diásporas, Mobilidades e Migrações. Ilha de Santa Catarina: Editora Mulheres.

GRUZINSKI, Serge. 2001. O pensamento mestiço. São Paulo: Companhia das Letras.

HALL, Stuart. 2003. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Ed. UFMG.

LEIRIS, Michel. 2001. Espelho da Tauromaquia. São Paulo: Cosac & Naify Edições.

MENEZES, Frederico Lucena. 2007. Migração: Uma perspectiva psicológica, uma leitura pós-moderna ou, simplesmente, uma visão preconceituosa. In: CUNHA, Maria Jandyra Cavalcanti et all. 2007. Migração e identidade: olhares sobre o tema. São Paulo: Centauro.

ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Genebra, 1948.

SAYAD, Abdelmalek. 1998. A imigração ou os paradoxos da alteridade. São Paulo: EDUSP.

SILVA, Tomaz Tadeu da. 2014. A produção social da identidade e da diferença. In: Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes.

TAUSSIG, Michael. 1993. Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem: um estudo sobre o terror e a cura. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra.

Turner, Victor. 1987. Images and Reflections: Ritual, Drama, Carnival, Film and Spectacle in Cultural Performance. In The Anthropology of Performance. New York: PAJ Publications.

Turner, Victor. 2008. Dramas, Campos e Metáforas. Niterói, EDUFF.

____. 2012. Liminoide em Brincadeira, Fluxo e Ritual. Um ensaio sobre simbologia comparativa. Mediações 17(2): 214-257.

____. 2013 [1969]. O Processo Ritual: estrutura e antiestrutura. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

____. 1981. Social Dramas and Stories about them. In: On Narrative. W.J.T. Mitchell (org.). Chicago, University of Chicago Press, pp. 137-164.

____. 2005. A Floresta de Símbolos: Aspectos do Ritual Ndembu. Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense.

SANSOT, Pierre. 1986. Les formes sensibles de la vie sociale. Presses Universitaires de France: Paris.

Downloads

Publicado

2018-03-02