Continuidades e descontinuidades entre trabalho de cuidado não remunerado e remunerado: por uma análise a partir da desvalorização e das demandas emocionais do trabalho

Autores

  • Anna Bárbara Araujo Possui graduação em Ciências Sociais com habilitação em Sociologia pela Universidade de Brasília (UnB), sua monografia discorreu sobre o cuidado em equoterapia. Hoje cursa o segundo ano do mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGSA-UFRJ) e tem interesse nos temas de cuidado e divisão sexual do trabalho. Atualmente pesquisa a relação entre a família de idosos, cuidadoras e empresas que agenciam os serviços destas no que toca os modos de compreensão do que é e do que deve ser o cuidado. É também assistente editorial da Current Sociology.

DOI:

https://doi.org/10.46269/3214.152

Palavras-chave:

Cuidado, Trabalho de Cuidado, Desvalorização do Trabalho Feminino.

Resumo

O presente artigo discute o cuidado a partir da articulação entre trabalho produtivo e trabalho reprodutivo. São brevemente apresentadas as mudanças históricas ocorridas no contexto do cuidado, para em seguida refletir sobre sua dimensão generificada, corporal e subalterna que contribuem para sua desvalorização e para o desequilíbrio de poderes entre homens e mulheres. Em seguida são analisadas as demandas emocionais do trabalho de cuidado pago – especialmente o cuidado de idosos – frente às exigências de sua transformação em mercadoria.

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Publicado

2014-05-18